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Não consigo me definir em palavras - embora eu tente constantemente - estudante de marketing, sou apaixonada por literatura, poesias épicas e tenho um certo afeto pelo tema amor...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cansada

 
                Ela estava cansada de ser um pouco. De ser metade. De ser o meio termo da vida dele. Ela decidiu que valia mais, valia muito mais o incerto de tentar ser feliz e arriscar tudo, do que conformar-se em ser um pouco. Quando ela o deixou ir embora, ela não derramou sequer uma lágrima. Ela não gritou não esperneou, não pensou que fosse morrer, pelo contrário... Nunca se sentiu melhor. Porque de todas as decisões que tomou... Afastar ele foi com certeza a melhor delas! Não a ache arrogante, vingativa ou maldosa, porque de fato no fundo ele sabe que ela não é nada disso. Ela é apenas realista. Ela quer ser feliz! E fará qualquer coisa pra isso!
                Agora na calada da noite, quando nem mesmo o barulho do vento resolve à acompanhar nas suas noites de insônia, ela fica pensando: Porque eu aturei tanta coisa? Porque eu jurava que ele mudaria? Porque eu pensava poder mudá-lo? Ela sabe a resposta... Porque ela acreditava cegamente em milagres. Foi então que ela conheceu a sua felicidade plena, segura e sincera. Ela estava aqui, o tempo todo... Dizendo à ela o quanto queria abraçá-la e fazer com que todos os seus medos e as suas sensações forcadas fossem embora.
                A sua felicidade certa era perfeita de mais para existir. A sua felicidade certa na verdade tinha nome e sobrenome. Ele era requintado de mais para dizer-lhe qualquer coisa que pudesse feri-la ou até mesmo magoá-la. Ele era como uma tempestade numa noite escura. Misterioso, jovem e irresistível. Mas havia muito mais envolvido... Havia dignidade, havia respeito e havia também ela, completamente atordoada e perdida da forma como sempre fora. Ele tinha aquele sabor de quero mais, aquele toque do destino, ele à fazia querer provar-lhe... Ela queria se perder nas suas costas e abraçá-lo tão forte pra que ele nunca, em hipótese alguma fosse embora e levasse consigo a mais completa felicidade que havia restado à ela. Ele era dela! E ela fazia questão de contar pra todo o mundo o quanto ele à fazia feliz. O quando ele fora tudo aquilo que ela procurava em tantos outros. Ela dizia sempre que os olhos dele, pra ela, eram um enigma, ela nunca conseguiria desvendar ao certo... Ele nunca se tornaria previsível. Ele era assim... Perfeito pra ela!

Conto de Fadas

                 Às vezes eu me pego pensando no por que. Porque será que eu chorei tantas noites por ele? Porque será que eu sofri tanto por ele? O que eu pensava na época? Eu já nem sei mais discernir. Eu já não me entendo mais, já não consigo dizer se tudo aquilo me fez bem ou não. Já jurei amor eterno por alguém, e esse alguém fez o mesmo por mim. Mas sinceramente, onde eu estava com a cabeça? Já ouvi tantos “eu te amo” como se fosse “bom dia”. Lembro-me daquela noite que eu afoguei minhas mágoas no meu travesseiro, solucei, chorei, gritei, amei, odiei, sofri e quase morri de tristeza. Eu disse bem, quase. Na verdade todos têm um pouco disso mesmo, acreditamos que aquele que amamos vai ser pra sempre. Pra ser sincera eu já nem sei mais se acredito no “feliz para sempre”. Não me leve a mal, não quer dizer que eu não acredite na felicidade. Só não acredito na felicidade que tantos crêem ser verdade. Aquela que nossos pais nos pregam quando somos apenas crianças brincando no balanço no parque. Um dia você vai crescer, e encontrar o homem da sua vida, que vai amá-la e te fazer feliz. E ai nós crescemos, esperando o príncipe encantado chegar em um cavalo branco e nos levar para nosso castelo com um lindo jardim á espera da felicidade plena. Não existe.  A realidade é outra: Nós crescemos, nos apaixonamos, juramos amor eterno, quebramos a cara, sofremos, choramos, nos apaixonamos de novo e mais uma vez nosso coração se quebra. E muitas vezes esse tal de príncipe encantado não aparece.
                Então não me leve a mal se não acredito nesse negócio de felizes para sempre. Mas cá entre nós, a Cinderela, Branca de Neve, Pequena Sereia e assim por diante, viveram em outro mundo, não nesse daqui que chamamos de terra. Lá, os pássaros falam, os riachos são limpinhos, o príncipe aparece, salva a princesa, lhe da um beijo e eles se casam vivendo felizes para sempre. Eles se casam se conhecendo a poucas horas, e juram amor eterno. Isso não é real. Porque ninguém continuou a história contando como foi à vida de casado deles. Porque eu tenho certeza que se contassem nenhuma criança acreditaria em contos de fadas.
                Então eu proponho que ergamos nossas cabeças e saiamos à luta pela felicidade, encontremo-la em uma esquina bem movimentada de Londres e tomemos um cappuccino com ela. Quem sabe assim viramos amigas. Um brinde, Tim-Tim.