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Não consigo me definir em palavras - embora eu tente constantemente - estudante de marketing, sou apaixonada por literatura, poesias épicas e tenho um certo afeto pelo tema amor...

sexta-feira, 30 de março de 2012

Sem Guerras, não há Paz...


                 O mundo pode acabar hoje, que ela sinceramente não iria se importar. Porque há dias ela come mal, dorme mal, passa as noites acordada esperando a merda de um milagre qualquer acontecer. Ela fica pensando na sua vida e no que está fazendo com ela... Ela se pergunta se fez a escolha certa, se escolher entre a paz e o amor foi à decisão mais sábia a se tomar. Ela se pergunta se um dia vai ser feliz e se vai chegar a amar alguém com tanta intensidade e com tanta loucura quanto um dia ela o amou. Será? Na verdade ela já nem sabe... Ela ficou deitada na cama a noite toda pensando em mil e uma formas de tentar fazer dar certo, e quando ela não achou nenhuma parou de tentar forçar e resolveu aceitar a realidade... Ela levantou e se dirigiu até o sofá, sentou no mesmo e ficou parada estática durante minutos que mais pareceram horas e de repente tudo se iluminou e ela de certa forma encontrou uma solução. Não que ela considerasse a melhor, mas ela estava tão desesperada e com tanto medo que aquela foi à única opção que encontrou. Eu não quero que você imagine que ela era louca ou que ela não sabia o que era amar, porque acredite, ela sabia sim... E ela já havia sofrido tanto por isso. No passado ela ia dormir todas as noites pedindo a Deus para não abrir os olhos na manhã seguinte, simplesmente porque ela não tinha motivos o suficiente para acordar... Porque ele não estaria lá e ela teria de encarar a vida fútil e triste que ela se encontrava, ela teria de fingir pra todo mundo que ela estava bem, porque ela escolheu a paz em lugar do amor. Talvez você pense que no lugar dela você teria feito diferente, não teria escolhido a paz, porque o amor é o que há de mais puro no mundo... Mas ela realmente não teve escolha e mesmo hoje, anos depois de ele ter ido embora, ela ainda não se curou totalmente, ela inda dorme mal e ela vez por outra deseja não acordar... Simplesmente por falta de motivos válidos que a levem a querer encarar a vida e ter esperança.
                Ela não sabe até hoje se superou por completo o que houve ou não. Ela não sabe se culpa os outros por se envolverem na sua vida de tal forma e a forçarem a tomar uma decisão tão difícil quanto essa, quer dizer que tipo de direito eles tinham para a forçarem a fazer algo que ela não queria fazer? Ela fica se perguntando se hoje, eles sabendo todo o mal que causaram nela, se eles teriam coragem de forçá-la a fazer a mesma coisa de novo... Na verdade, acho que até hoje eles não tem consciência do mal que causarem nela. Mas a realidade é que ela também é culpada pela sua infelicidade genuína. Foi ela quem escolheu o caminho mais fácil, o mais cômodo, foi ela quem abriu mão do amor como forma de apaziguar a situação e foi ela a única pessoa que sofreu com isso. Sim, grande parte desse conflito em que ela se encontrava era culpa exclusiva dela, o que aumentava ainda mais a sua dor. E os anos foram passando e não importava o quanto os outros dissessem que o tempo cura tudo, porque na verdade o tempo não cura nada, ele apenas tira da evidência aquilo que não queremos lembrar, mas nós não esquecemos... Apenas deixamos guardado em uma parte isolada do cérebro que vez por outra ainda lembramos. E pra ela já havia se tornado perturbador demais conseguir viver lembrando-se dessa infelicidade. Até quando? Doía tanto... Doía cada dia mais, a cada minuto que se passava ela morria aos pouquinhos... Um pedaço de cada vez ela ia se desfazendo, se transformando em algo que nem ela sabia o que era. Ela havia tentado ser forte durante todo esse tempo e sem sucesso eu diria.
                O amor não é algo bonito que se possa sentir orgulho, o amor dói o amor causa lágrimas que não cessam, causa tristeza excessiva e causa ainda mais, uma angústia incontestável. É vontade de não levantar da cama, de não sorrir, simplesmente porque não se tem motivos. É vontade de ter de volta tudo aquilo que se perdeu. Mas o amor também é esperança... Esperança de melhoria, de que as coisas se ajeitem gradativamente, que ela encontre um motivo pequeno, nem que seja uma simples brisa que aponte um caminho a seguir, esperança é o que a mantém viva todos os dias. E ela vai continuar assim: com medo, com raiva, culpada e despedaçada. Até quando? Isso, eu realmente não sei.