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Não consigo me definir em palavras - embora eu tente constantemente - estudante de marketing, sou apaixonada por literatura, poesias épicas e tenho um certo afeto pelo tema amor...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ação de Despejo!


              Hey tristeza… Faz-me um favor? Sabe aquela minha vizinha fofoqueira que sempre fica no portão, á espera que algo inusitado aconteça pra que ela possa finalmente ter alguma coisa pra fazer, como sair correndo pra ligar pra toda a agenda telefônica dela – que eu imagino que seja grande – enfim... Me faca o favor de passar na casa dela e contar de primeira mão que eu estou absolutamente livre de qualquer impedimento moral e emocional que eu estivesse sujeita. Já me poupa o trabalho de ter de espalhar a noticia, ela cuida disso pra mim, tenho certeza que ela, a inveja, ficará desesperadamente desapontada com a notícia. Aproveita e passa na casa da dor também, aquela velha insuportável da rua de baixo, sabe a da casa cinza onde nem os raios do sol conseguem penetrar tamanho o sofrimento dela... Sabe? Então, passa lá e leva ela pra dar uma volta. E ai então vocês podem tornar-se grandes amigas: Tristeza, inveja e dor! As inseparáveis! Sei lá, vocês podem arrumar tantas coisas pra fazerem juntas, como visitar alguma outra pessoa em algum outro lugar bem longe daqui, tipo no Acre... Daí então vocês podem morar numa rua bem afastada da civilização, ou quem sabe num lugar inóspito onde vocês possam encontrar uma pessoa tão triste, tão perdida e com tanta amargura que vocês possam se instalar por lá mesmo e nunca mais voltar! Porque eu admito que o contrato de aluguel de vocês três já venceu!Eu já estou curada... Já aprendi muito com todas as coisas que vocês três me fizeram sofrer! Então eu estou lhes dando uma ação de despejo, ou de uma forma educada, vocês estão sendo convidadas a se retirar da minha vida, do meu bairro, da minha cidade, nunca mais quero ver vocês... Porque agora eu tenho inquilinos que realmente valem á pena ter.
Uma noite sai com uns amigos pra tentar esquecer-me da velha dor, e encontrei a felicidade no mesmo bar que estávamos e ai então eu tomei um cappuccino com ela e nós viramos amigas! E advinha só... Ela tinha outras duas amigas excelentes que poderiam preencher as casas que vocês desocupariam: Amizade e amor! E querem saber de uma coisa, elas compraram as casas, exatamente por se afeiçoarem a mim... O que pra vocês é uma péssima notícia, porque significa que elas não estão de passagem elas vieram pra ficar! Eu desejo sorte para as próximas pessoas que cruzarem o caminho de vocês, e espero que elas, assim como eu, encontrem uma felicidade no bar da esquina! Tenham uma vida curta e sofrida... E não esperem que eu as visite ou mande notícias, vou estar ocupada demais com a minha felicidade aguda que eu sei que tanto incomoda vocês! Um ótimo fim de ano pra vocês!


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Doce Inocência

                Lembra quando você conheceu aquela menina tão doce e tão gentil, e você se encantou com ela logo à primeira vista. Com o tempo você foi vendo que era ela quem você queria na sua vida pra sempre... Você viu que não importava mais nada a não ser ela. E você se lembrava de tantas outras meninas que conhecera, mas nenhuma se comparava - nem mesmo de longe – a ela. Porque eram tão independentes... Moderninhas e tão incrivelmente fúteis que toda a beleza que elas tinham ia se esvaindo aos poucos, até não sobrar absolutamente nada. Mas ela não... Ela era doce como o mel e delicada como uma flor... Ela era criança e mulher na medida certa, claro que ela também tinha espinhos, mas eram tão poucos em vista do amor que ela tinha pra oferecer... E você foi se apaixonando perdidamente por ela, foi vendo que a inocência dela e a forma perfeita como ela sorria era tudo o que você precisava para acordar todas as manhãs e ter forcas para seguir em frente... Você percebeu o quanto ela era frágil em muitos aspectos e resolveu então, que você iria cuidar dela pra sempre, que você estaria lá pra quando ela precisasse... Você disse a ela, que não precisava mais ter medo de nada, porque você sempre a protegeria. E os dias foram passando, e ela foi aceitando o fato de que ele estava lá pra ela e por ela! E ela foi se acomodando... E ele, gostando. E assim foi por dias, semanas, meses e até alguns anos. Mas daí então ele percebeu que ter uma pessoa tão delicada ao seu lado, uma pessoa que sente tudo tão facilmente e com tanta intensidade nem sempre era algo bom. Porque ela era os dois extremos ao mesmo tempo – coisa que ele nunca entendeu como era possível – mas ela era. Ela ria com muito mais intensidade e se magoava com muito mais facilidade. Era preciso estar constantemente medindo suas palavras e ações, para que no fundo ele não a magoasse e ela não precisasse chorar. Porque pra ele, o choro dela era algo pesado demais pra ele suportar. Ele não agüentava.
                Foi ai então, que depois de anos... Ele percebeu que não tinha fibra o suficiente para cuidar dela, para garantir sua felicidade plena e absoluta. Foi ai então que ele se deu conta, de que por mais perfeita que ela fosse ele nunca poderia protegê-la da forma como ele prometera. E ele foi embora. Mas e ela? Bom... Ela não aprendeu a se defender, porque era cômodo pra ela a promessa de felicidade que ele havia lhe dado. Ela nunca aprendera a cair e a levantar-se, porque nunca foi preciso. Mas agora ele já não estava lá... E ela estava. Ela estava lá com toda a sua delicadeza e insegurança, esperando que um príncipe encantado a resgatasse da triste realidade da vida real, que ela nunca conhecera.
                Moral da história: O príncipe encantado nunca apareceu. O conto de fadas que ela vivia um dia acabou e ela não soube encarar a vida dela da forma natural como todos encaram. Ela, exatamente por ser delicada demais e gentil demais, não soube crescer com os espinhos que a vida lhe dava, e a flor tão bela que ela era... Acabou murchando. Triste não?! Mas quem foi o errado? Ela ou ele? Ambos! Ele por prometer algo pra uma pessoa sem ter certeza se poderia cumprir... Por pensar que poderia cuidar de uma vida sem nem almenos saber cuidar de si próprio. E ela, por depender tanto emocionalmente de alguém, que não soube continuar a viver e a ser forte por si mesma... Por amor próprio.

domingo, 6 de novembro de 2011

Quebrado!

                   Na época, meu coração deixou de ser meu… E passou a ser nosso. Mas o seu não. O seu continuou a ser inteiramente seu. E agora, o que você faria? Eu no meu estado estúpido e cego de quando se está apaixonada, não vi o perigo à que estava expondo meu tão sofrido e frágil coração. Logo você, que mal conseguia lidar com o seu... Mal conseguia cuidar do seu próprio... O que faria agora tendo outra vida nas mãos... Outro coração? Na verdade, acho que a pergunta certa seria: O que eu esperava? Que você fosse amadurecer da noite pro dia e fosse declarar seu amor por mim? O que será que eu realmente achei?! Na verdade você não fez nada. A vida que antes era minha e eu não dividia com ninguém... Passou a ser sua. Não apenas nossa... E sim sua! Eu me entreguei a você.
                O que doía mais ao ver a situação era que eu continuava mentindo pra mim mesma... Chorando naquele mesmo sofá bordo que você comprou em uma liquidação naquela loja que eu detestava... E você sabia disso! Tá vendo só o que eu quero dizer? Você nunca levou muito em conta o que eu dizia, o que eu pensava ou o que sentia. Você sempre agiu por impulso – um grande defeito seu, devo admitir. Mas mesmo assim eu o amava. E ainda o amo, pelo que sei. Todas as vezes que você me perguntava se eu estava bem – o que era raro você fazer – eu respondia meio que no automático: “Estou sim.” E você aceitava essa resposta todas às vezes... Não sei se fazia por acreditar realmente em mim ou porque simplesmente era o caminho mais rápido para acabar com discussões amorosas que você odiava começar. Bom, não importa mais. O fato é que eu mentia tantas vezes pra você dizendo que estava bem... Que às vezes eu quase acreditava na minha própria mentira deslavada e ai então, eu tinha de me encarar no espelho e ver o quão estúpida eu estava sendo.
                E aquela garotinha ingênua que você conheceu cresceu. Eu sai do meu casulo reprimido como uma linda borboleta, e voei o mais longe que pude de você, com medo de que os ventos pudessem de novo me atrair até um passado que eu desejava esquecer. O ponto em questão é que foi você quem estragou tudo. Era você quem saia com outras garotas e me pedia desculpas no dia seguinte dizendo que me amava, e a boba infantil aqui... Desculpava. Agora eu entendo o seu jogo, não que você gostasse de me iludir, mas é que você gostava de saber que você me tinha. Você gostava de se sentir no poder de um relacionamento... E com isso você quebrou aquilo de mais valioso que eu havia lhe dado: Meu coração. Você não só o quebrou ao meio... Você o destruiu. Você o desfez em tantos pedaços que eu não pude refazê-lo. Nunca. Como se sente agora? Feliz? Espero que tenha valido á pena.
                Hoje eu estou melhor. Não... Eu não o superei por completo, ainda faltam partes do meu coração que simplesmente talvez eu não consiga concertar. Mas você também não está nas melhores... Eu sei por que eu te vi ontem passando na rua... Sozinho. Veja só que ironia. Você sozinho, tá ai uma coisa que eu nunca pensei que veria. O tempo passou, nós envelhecemos. E você continuou sozinho... Porque nenhuma das garotas que você esteve te ligou na manhã seguinte ou te passou o número certo. Certa elas, creio que já sabiam onde estavam se metendo. E você foi vendo os dias passarem e nada de uma garota aparecer. E ai então você se lembrou do meu amor e se lembrou do quanto eu sonhava com o amor de uma vida inteira... E ai então a visão daquela garota inocente te veio à mente, e você desejou me ver. Desejou que eu estivesse lá, com meu sonho de envelhecermos juntos ao por do sol sentados em uma rede no campo. E o cheiro do meu perfume te inebriou de tal forma que você desejou profundamente que eu voltasse... Que eu pudesse te perdoar. Mas eu não o fiz. Eu ainda estou com o coração quebrado... Tentando me refazer, mas o erro de entregá-lo á você, eu jamais vou cometer de novo.
 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Primeiro Amor...

Quando ela o conheceu, ele era apenas um garotinho, não mais do que seis ou talvez sete anos. Ele brincava de um lado para o outro, ria de tudo o que via e sorria para qualquer um que passasse. Embora ela também tivesse apenas seis anos, se lembrava com a maior facilidade daquele dia. Não que fosse um dia importante ou alguma data específica... Lembrava-se porque foi a primeira vez que falou com ele. Ele corria atrás de um gatinho na rua, enquanto ela por sua vez, continuava lá, parada... Examinando aquele estranho menino. Os cabelos negros dele eram como o ébano e seus olhos, ela poderia jurar que eram um tipo de portal para alguma dimensão distante daquela. E o que dizer do sorriso? Ah... Era perfeito! Ele ria sem medo e divertia-se com o que, aos olhos do mundo, era algo tão banal. Ele aproximou-se dela segurando o gatinho em seus braços e apenas disse com a simplicidade de uma criança:
- Olá!
Ela enrubesceu, tinha certeza. Seu rosto deveria estar mais vermelho que seus cabelos.
- Oi... – disse timidamente.
- Você é... Bonita! – novamente aquele mesmo sorriso encantador.
                Foi nesse ponto que seu coração parou. Um fato importante sobre meninas, é que elas entregam-se sem reservas, sem escrúpulos, sem medo. Ela soube que seria ele. Ela soube naquele instante que seu coração não voltaria a bater de tal forma por outro alguém.
                E o tempo foi passando... E eles foram crescendo e apaixonando-se. O que antes era uma amizade passou a ser admiração e no fim transformou-se em amor. Ele era o melhor amigo dela... Era pra ele que ela corria pra contar que ganhara uma bicicleta nova e era ele quem ela abraçava chorando quando tirava uma nota baixa. Quanto a ele... Ela era tudo pra ele!
                Quando tinham aproximadamente uns dez anos, seus pais construíram uma casa na árvore... Mas não uma dessas pequenas e normais. A casa era deles... Tinha um toque de cada um... Um pouquinho de ambos. Era o refúgio pra quando chovia e o abrigo pra quando brigavam. Mas porque, afinal, essa casa foi tão importante? Porque foi nela que ele disse pela primeira vez:
- Eu te amo minha ruivinha!
                Como ele já esperava, ela corou fortemente e em seguida fez a única coisa que a fazia sentir-se melhor: O abraçou. Mas o que antes era um amor tão puro e doce, cultivado desde a infância, foi mudando com o tempo... Mais especificamente no colegial. Ele mudou... Ele conheceu novas pessoas e foi embora. Começou aos poucos, devagar. Ela foi sentindo lentamente ele escapar aos seus dedos... Ele foi seguindo sorrateiramente por um caminho que não tinha volta. Certa vez eles combinaram de encontrar-se na casa da árvore, logo depois da escola. Ela foi lá... Ele não. Passaram-se uma, duas, três horas e tudo o que ele fez foi mandar uma mensagem dizendo que não poderia ir. Ela chorou tanto... Gritou e soluçou com profunda tristeza enquanto a chuva caia com amargura na grama embaixo da casa. Ele passou a ignorá-la, mal a olhava nos olhos, e quando ela tentava falar com ele, tudo o que ele dizia era:
- Estou sem tempo!
                Não demorou muito e as coisas mudaram drasticamente. Era uma tarde quente de primavera... Ela havia esquecido uma foto de infância na casa da árvore e voltou para pegá-la. Era uma foto simples: Paisagem tradicional de um parque, dois balanços e duas crianças sorridentes...  Significava muito pra ela. Como desejava não ter voltado para buscar aquela foto. Assim que entrou na casa, deparou-se com uma das piores cenas que já vira: Ele estava lá... Com outra garota da escola. Qual foi a reação dela? Ela simplesmente perdeu o chão. Perdeu o melhor amigo e perdeu seu amor de uma única vez. Ela não soube o que fazer e ela não soube como agir naquele exato momento. Ela o via dia-a-dia com outra... Na escola, na vizinhança e na casa da árvore que um dia fora deles.
                O tempo passou... Ela agora na faculdade cursando direito, e ele... Também. Foi difícil demais para ela encarar o que o destino julgou ser o certo, o engraçado: Encontrar ele lá. Ela respirou fundo, olhou dentro dos olhos dele e simplesmente seguiu o seu caminho... Não olhou para trás.  Não tenho certeza sobre quem ficou mais surpreso, se ela por conseguir tirar forca de algum lugar dentro de si, ou se ele por ser completamente ignorado pela única garota que nunca pensou ser incapaz disso.
                Ela estava orgulhosa de si própria...  Havia conseguido “superar”, em partes, tudo aquilo que ele fez. Conseguiu superar todos os anos de amizade que ele jogou ao vento, e todas as brincadeiras que só eles conheciam. E nos dias em que chovia, o travesseiro transformava-se em sua única companhia capaz de suavizar suas lágrimas... Já que antes, era ele quem ela abraçava.
                Ela cresceu e aquela garotinha virou mulher. Chegou o tão aguardado dia que passamos esperando por toda uma vida, aquele dia em que esperamos que nossos familiares e amigos próximos estejam lá nos prestigiando, e fazendo daquele momento único: O dia da formatura. E como tudo naquele dia era mágico, algo completamente inesperado aconteceu... Ele tomou coragem de encará-la após tanto tempo, e dirigiu-se até ela.
- Olá! – ele disse inseguro.
- Oi... – ela estava vermelha... Sabia disso.
- Você esta... Linda!
- Obrigada. – mas desta vez seu tom de voz mudou, ela não foi doce e gentil como sempre fora, ela foi fria.
- Podemos conversar?
- Eu espero que você seja feliz! É tudo o que eu tenho pra lhe dizer. – dizendo isto ela virou as costas, e dirigiu-se até seu refúgio, onde sua família a aguardava ansiosa. Não olhou pra traz, não disse uma só palavra, apenas uma lágrima rolou sobre sua face.
                Ele tomado por uma crise de consciência, caiu em si, e viu tudo o que havia feito e o quanto havia magoado a única pessoa que realmente amou. Dirigiu-se até a casa da árvore... Havia tanto tempo que nenhum dos dois entrava lá. Já havia teias de aranha formando-se próximo a janela, e a porta já possuía o conhecido rangido. Na parede havia fotos dos dois, de um passado perfeito que ele havia jogado fora, e sobre a mesa havia uma carta. A carta estava datada de um ano atrás, próximo ao outono. A caligrafia dela ainda era a mesma que ele se lembrava, porém o papel já amarelado pelo tempo estava enrugado, o que pra ele só poderia significar uma coisa: Lágrimas. Sentou-se próximo a janela e começou a ler:

Quando eu te conheci você era tudo pra mim e eu realmente o amava. Dói te ver hoje com alguém que não sou eu. Durante muito tempo você foi o único em quem confiei que me dediquei e que sinceramente achei que nunca me decepcionaria, mas você foi o único que me machucou.
Eu vou ser forte... Mas não me peça desculpas por algo imperdoável. Tenha de mim, apenas boas lembranças daquilo que um dia nós fomos. E saiba que se eu te encontrar no meu futuro, olharei para você com carinho lembrando-me do meu passado, mas não o irei querer no meu presente... Não me permitirei sofrer de novo. Siga a sua vida e seja feliz.
Eu sempre vou te amar... Hoje. Amanhã e Sempre!”

                Naquele momento ele chorou tudo que um dia ela chorou, e percebeu que aquilo que ele tinha: Ela... Nunca mais voltaria.