Lembra quando você conheceu aquela menina tão doce e tão gentil, e você se encantou com ela logo à primeira vista. Com o tempo você foi vendo que era ela quem você queria na sua vida pra sempre... Você viu que não importava mais nada a não ser ela. E você se lembrava de tantas outras meninas que conhecera, mas nenhuma se comparava - nem mesmo de longe – a ela. Porque eram tão independentes... Moderninhas e tão incrivelmente fúteis que toda a beleza que elas tinham ia se esvaindo aos poucos, até não sobrar absolutamente nada. Mas ela não... Ela era doce como o mel e delicada como uma flor... Ela era criança e mulher na medida certa, claro que ela também tinha espinhos, mas eram tão poucos em vista do amor que ela tinha pra oferecer... E você foi se apaixonando perdidamente por ela, foi vendo que a inocência dela e a forma perfeita como ela sorria era tudo o que você precisava para acordar todas as manhãs e ter forcas para seguir em frente... Você percebeu o quanto ela era frágil em muitos aspectos e resolveu então, que você iria cuidar dela pra sempre, que você estaria lá pra quando ela precisasse... Você disse a ela, que não precisava mais ter medo de nada, porque você sempre a protegeria. E os dias foram passando, e ela foi aceitando o fato de que ele estava lá pra ela e por ela! E ela foi se acomodando... E ele, gostando. E assim foi por dias, semanas, meses e até alguns anos. Mas daí então ele percebeu que ter uma pessoa tão delicada ao seu lado, uma pessoa que sente tudo tão facilmente e com tanta intensidade nem sempre era algo bom. Porque ela era os dois extremos ao mesmo tempo – coisa que ele nunca entendeu como era possível – mas ela era. Ela ria com muito mais intensidade e se magoava com muito mais facilidade. Era preciso estar constantemente medindo suas palavras e ações, para que no fundo ele não a magoasse e ela não precisasse chorar. Porque pra ele, o choro dela era algo pesado demais pra ele suportar. Ele não agüentava.
Foi ai então, que depois de anos... Ele percebeu que não tinha fibra o suficiente para cuidar dela, para garantir sua felicidade plena e absoluta. Foi ai então que ele se deu conta, de que por mais perfeita que ela fosse ele nunca poderia protegê-la da forma como ele prometera. E ele foi embora. Mas e ela? Bom... Ela não aprendeu a se defender, porque era cômodo pra ela a promessa de felicidade que ele havia lhe dado. Ela nunca aprendera a cair e a levantar-se, porque nunca foi preciso. Mas agora ele já não estava lá... E ela estava. Ela estava lá com toda a sua delicadeza e insegurança, esperando que um príncipe encantado a resgatasse da triste realidade da vida real, que ela nunca conhecera.
Moral da história: O príncipe encantado nunca apareceu. O conto de fadas que ela vivia um dia acabou e ela não soube encarar a vida dela da forma natural como todos encaram. Ela, exatamente por ser delicada demais e gentil demais, não soube crescer com os espinhos que a vida lhe dava, e a flor tão bela que ela era... Acabou murchando. Triste não?! Mas quem foi o errado? Ela ou ele? Ambos! Ele por prometer algo pra uma pessoa sem ter certeza se poderia cumprir... Por pensar que poderia cuidar de uma vida sem nem almenos saber cuidar de si próprio. E ela, por depender tanto emocionalmente de alguém, que não soube continuar a viver e a ser forte por si mesma... Por amor próprio.
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