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Não consigo me definir em palavras - embora eu tente constantemente - estudante de marketing, sou apaixonada por literatura, poesias épicas e tenho um certo afeto pelo tema amor...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Qualquer Idioma


                Eu poderia parar de escrever esse clichê sobre um coração partido ou sobre desilusões. Eu poderia escrever apenas coisas legais sobre como eu superei tudo e sobre como eu estou muito melhor assim, mais feliz. Mas ai então eu teria de parar com a minha mania insistente de melodrama. Eu teria de parar de me colocar no lugar das pessoas para escrever, e eu teria acima de tudo de me perdoar. Perdão? Sim, perdão. Ele deveria começar por mim, porque a única pessoa que tem poder para me deixar triste sou eu mesma não é? Essa é a regra. Melhor se arrepender de algo que fez, do que de algo que não fez. Errado! O melhor mesmo seria não se arrepender de nada, porque arrependimentos nos levam a querer voltar no tempo, o que é impossível, o que nos leva a uma crise de consciência e então a tristeza de não poder mudar. Tá vendo só como o perdão deve partir de mim. Eu preciso me curar... Fazer cicatrizar todas as feridas que eu mesma abri com o passar dos anos... Aquelas feridas que já cicatrizaram por fora, mas que por dentro elas ainda estão inteiramente abertas. Eu preciso ter mais amor próprio e mais confiança em mim mesma e em outros. Isso envolve autocontrole também.
                Eu tenho o costume de querer controlar a situação ao meu redor, eu não me dou por feliz apenas em ficar como espectadora... Eu abraço os problemas, mesmo que não sejam meus... E eu quero solucioná-los. Mas nem sempre é possível. Tá vendo só como eu machuco a mim mesma? Dói ver uma pessoa amada ir por um caminho sem volta e não poder fazer nada, a não ser avisá-la. Eu fiquei pensando, como eu posso então querer escrever sobre como eu estou melhor, se eu realmente não estou? A quem eu estou enganando? A mim mesma, eu diria. Eu estou tentando camuflar uma deficiência que eu tenho, eu estou tentando mostrar que não doeu nada e que não me machucou... Mas é mentira, você sabe. Você, eu não me refiro exatamente a uma pessoa em especial, você que eu digo pode se dirigir a qualquer pessoa: Você, ele, ela, nós ou eu. Eu chorava de forma tão sofrida sem nem saber o motivo, e era isso que me dava certa vontade de escrever e por pra fora tudo aquilo que doía de antes, de durante e de depois. Mas eu percebi que eu não poderia continuar assim, eu precisava me curar... Dar-me mais carinho e mais dedicação. Eu não posso esperar que um alguém faça isso por mim, eu não posso exigir de quem eu amo uma coisa que não está ao alcance dele me dar, se eu o fizesse eu estaria fazendo com que ele também se machucasse. Entende a lógica? Ver quem você se importa mal e estar com as mãos atadas machuca. Isso eu não quero. Eu quero uma felicidade plena e legítima, eu quero poder sentir que sou amada pelo que eu sou e não por uma carência minha. No fim de semana ouvi um discurso que dizia mais ou menos assim: Não importa qual língua você fale, não importa a sua cultura... Eu posso sorrir em qualquer idioma, e sem sotaque. Entende o que eu digo? É isso o que nos torna humanos, podermos fazer coisas simplesmente fantásticas uns pelos outros e por nós mesmos. Cansei de pensar em como vai ser daqui pra frente, cansei de tentar curar feridas abertas e cansei de me importar com o que não tem importância. Agora, mais do que nunca, eu preciso me perdoar por tudo que eu fiz a mim mesma, eu preciso estar bem pra daí então distribuir amor... E quando eu olhar pra você, você saberá que eu estou bem, que eu me curei, e eu vou sorrir pra você em qualquer idioma, e você entenderá o quanto eu te amo.