Eu poderia parar de escrever esse
clichê sobre um coração partido ou sobre desilusões. Eu poderia escrever apenas
coisas legais sobre como eu superei tudo e sobre como eu estou muito melhor
assim, mais feliz. Mas ai então eu teria de parar com a minha mania insistente
de melodrama. Eu teria de parar de me colocar no lugar das pessoas para
escrever, e eu teria acima de tudo de me perdoar. Perdão? Sim, perdão. Ele
deveria começar por mim, porque a única pessoa que tem poder para me deixar
triste sou eu mesma não é? Essa é a regra. Melhor se arrepender de algo que
fez, do que de algo que não fez. Errado! O melhor mesmo seria não se arrepender
de nada, porque arrependimentos nos levam a querer voltar no tempo, o que é
impossível, o que nos leva a uma crise de consciência e então a tristeza de não
poder mudar. Tá vendo só como o perdão deve partir de mim. Eu preciso me
curar... Fazer cicatrizar todas as feridas que eu mesma abri com o passar dos
anos... Aquelas feridas que já cicatrizaram por fora, mas que por dentro elas
ainda estão inteiramente abertas. Eu preciso ter mais amor próprio e mais
confiança em mim mesma e em outros. Isso envolve autocontrole também.
Eu
tenho o costume de querer controlar a situação ao meu redor, eu não me dou por
feliz apenas em ficar como espectadora... Eu abraço os problemas, mesmo que não
sejam meus... E eu quero solucioná-los. Mas nem sempre é possível. Tá vendo só
como eu machuco a mim mesma? Dói ver uma pessoa amada ir por um caminho sem
volta e não poder fazer nada, a não ser avisá-la. Eu fiquei pensando, como eu
posso então querer escrever sobre como eu estou melhor, se eu realmente não
estou? A quem eu estou enganando? A mim mesma, eu diria. Eu estou tentando
camuflar uma deficiência que eu tenho, eu estou tentando mostrar que não doeu
nada e que não me machucou... Mas é mentira, você sabe. Você, eu não me refiro
exatamente a uma pessoa em especial, você que eu digo pode se dirigir a
qualquer pessoa: Você, ele, ela, nós ou eu. Eu chorava de forma tão sofrida sem
nem saber o motivo, e era isso que me dava certa vontade de escrever e por pra
fora tudo aquilo que doía de antes, de durante e de depois. Mas eu percebi que
eu não poderia continuar assim, eu precisava me curar... Dar-me mais carinho e
mais dedicação. Eu não posso esperar que um alguém faça isso por mim, eu não
posso exigir de quem eu amo uma coisa que não está ao alcance dele me dar, se
eu o fizesse eu estaria fazendo com que ele também se machucasse. Entende a
lógica? Ver quem você se importa mal e estar com as mãos atadas machuca. Isso
eu não quero. Eu quero uma felicidade plena e legítima, eu quero poder sentir
que sou amada pelo que eu sou e não por uma carência minha. No fim de semana
ouvi um discurso que dizia mais ou menos assim: Não importa qual língua você fale,
não importa a sua cultura... Eu posso sorrir em qualquer idioma, e sem sotaque.
Entende o que eu digo? É isso o que nos torna humanos, podermos fazer coisas
simplesmente fantásticas uns pelos outros e por nós mesmos. Cansei de pensar em
como vai ser daqui pra frente, cansei de tentar curar feridas abertas e cansei
de me importar com o que não tem importância. Agora, mais do que nunca, eu
preciso me perdoar por tudo que eu fiz a mim mesma, eu preciso estar bem pra
daí então distribuir amor... E quando eu olhar pra você, você saberá que eu
estou bem, que eu me curei, e eu vou sorrir pra você em qualquer idioma, e você
entenderá o quanto eu te amo.
só você pra me fazer lembrar de amor nesse momento tão não-preciso-de-ninguém-pra-me-fazer-feliz da minha vida.. passei a última hora lendo e relendo seus textos... você me fez lembrar de quando eu era boba, carente e com recém completados 16 anos, me iludindo com o meu primeiro eu te amo dito por um cara que não valia a pena e que antes de "acabar" com a vida dele acabou com a minha. me fez lembrar do quanto eu tentei fazer ele me escutar e seguir um caminho diferente e depois que eu dei um basta me senti tão mais leve. no fim eu concluo que é melhor estar como eu estou hoje, quase um ano depois: mais forte e me aceitando aos poucos. e aceitando que realmente, minha felicidade depende só de mim. e que meu atual momento loveless é, entre tantas coisas, medo de outro cara querer me machucar de propósito de novo. eu ainda lembro do olhar sádico nos olhos dele, no tom de voz, nas palavras. eu ainda lembro do desprezo pelo modo que eu me sentia. eu ainda sinto vontade de me vingar. talvez minha vingança seja essa: ser feliz.
ResponderExcluirah, adorei a carinha nova do seu blog *-* também mudei o meu (: